Ó Mulher!
Como és fraca e como és forte!
Como sabes ser doce e desgraçada!
Como sabes fingir quando em teu peito
A tua alma se estorce amargurada!
Quantas morrem saudosa duma imagem.
Adorada que amaram doidamente!
Quantas e quantas almas endoidecem,
enquanto a boca rir alegremente!
Quanta paixão e amor às vezes têm,
sem nunca o confessarem a ninguém
doce alma de dor e sofrimento!
Paixão que faria a felicidade.
Dum rei; amor de sonho e de saudade,
que se esvai e que foge num lamento!
A Mulher (Florbela Espanca)
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