domingo, 1 de agosto de 2010


O dia acordou sonolento e estava rabugento.
Aquela praia ... Depois da selva, cabelos nas silvas e pés na lama do ribeiro, ela aparece, linda de morrer, de paisagem dramática e personalidade fatalista, como a Amália ... por mais que eu "a tente conhecer" continua cheia de mistério ...
Hoje reencontrei-a como o primeiro dia, um nevoeiro forte e intenso. Enquanto apreciava a paisagem, recordei bons momentos; momentos únicos de gargalhadas profundas, sorrisos entre amigos, sacos de cama enrolados, fogo e petisco, cantoria "à fadista" acompanhados com viola e letras improvisadas.
Assim que cheguei a casa, fui a correr ao baú das recordações e consegui encontrar um texto que foi escrito neste local e num dia assim (datado de 2004) ...



"Lembro-me de como te conheci.
O mundo escorregava-te por debaixo dos pés, como um tapete mágico a sobrevoar os meus sonhos.
Lembro-me de te ter sonhado, tão à semelhança do meu mundo. O mesmo olhar, toda a expressão condensada. Sorrias, sem entender porque me sorrias. Um sorriso intenso, sentia-o a beijar-me e a resgatar-me do esquecimento em ti. Será que também tu já me sonharas antes? Ne que por um instante. Acreditei, levemente que me reconhecias do teu mundo e por isso me sorrias com tanta alma.
Lembro-me de te ter conhecido. Lembro-me de te ter gravado na minha memória.
Um segundo bastou, para (re)encontrar o meu olhar, no teu olhar. A minha alma, na tua alma.
Os teus lábios a recriarem um esboço do sorriso. O sorriso que me abraça por segundos, o sorriso que me devolve uns instantes para que saiba que te sinto medo. Medo de te procurar e encontrar em ti um estranho que habita em mim."


deveria estar apaixonada ...

Sem comentários:

Enviar um comentário