Esta é a história de um homem que confiou demasiado nas suas capacidades, que tomava o mundo e a vida como garantidos e não teve outra alternativa senão reajustar a sua percepção do que é importante.
Da incompreensão inicial à frustração das várias tentativas. Da recusa a cair na impotência, achando-se demasiado inteligente para ceder ao pânico, do seu humor resistente à percepção final de que a vida deve ser vivida como um valioso prémio.
Boyle liberta o espectador da prisão de Ralston em breves respiros de flashbacks e alucinações. Apenas o tempo suficiente para nos colocar de novo ao seu lado, partilhando a sua angústia e racionalmente negando o desfecho que sabemos vir a caminho.
Brutal de ver, duro de digerir (dificilmente na lista dos “a rever”), “127 Hours”leva-nos ao limite, numa luta determinada contra o desespero.
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