segunda-feira, 4 de abril de 2011

Diálogo interno


- Fartei-me.

- De?

- Do que era.

- Temes a exaustão do que serás?

- Nunca.

- Porquê?

- Quando traço mal o meu trilho, deturpo o seu rumo.

- Então que fazes?

- Recolho-me. Afasto-me. Volto às bases.

- E…?

- Usando um renovado mapa mental, recomeço a jornada.

- Demasiado ermo…

- Podes contar contigo próprio sempre, essa é a norma. Se recorreres à excepção, conta um pouco com os outros.

- Aprecio esses a quem chamas “outros”.

- Por vezes o piso é falso. Nunca sabes quanto tempo perduram, nem porque permanecem.- Intimidas-me…

- Podes colorir a tua vida, mas se lhe juntas muitas cores… tens uma vida em branco… O prisma ensina-nos isso…

- É mau?

- É um risco.

- Devo evitá-lo?

- Deves absorvê-lo.

- Porque não posso ter todas as cores?

- É fundamental muita sapiência para na homogeneidade do policromático distinguir a heterogeneidade do monocromático. Recorda sempre isto.

- Que ganho com isso?

- Sê feliz por saber que não perdes nada.

- Quero arriscar!

- Faça-se!

- Não me vais impedir?

- Não… só mais uma coisa…

- Devo apontar?

- Sim, com o teu melhor eu. Serás bestial ou besta, repensas, e renasces. És o arquitecto, engenheiro e empreiteiro de ti mesmo.

- Quem és?

- Fénix.

- És um mito! Não existes!

- E tu existes?

1 comentário:

  1. "- Podes colorir a tua vida, mas se lhe juntas muitas cores… tens uma vida em branco… O prisma ensina-nos isso…"

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