sexta-feira, 29 de abril de 2011


Tem falhas. Muitas. Dificuldades. Momentos difíceis. Hoje ao almoço, Antes de colocar os phones e carregar no play a frase: “tudo entre nós é perfeito, tudo se conjunga.” E play. White Lies. Mas na minha cabeça ressoava o “tudo é perfeito”.
Não é. Se há coisa que o amor não é, é essa constante ideia, essa construção de perfeição. É uma montanha de percurso denso e obscuro. Um trilho de silvas e buracos escondidos. Qualquer acto ou facto que junte duas pessoas nunca será perfeito. As pessoas são imperfeitas. Como pode ser perfeito aquilo que as junta? A perfeição, sim, essa estará no melhor dos esforços daquelas duas pessoas .
A perfeição é um engodo. Uma ideia construída por românticos, poetas e tolos. Razão de tantas desistências. O olhar atento terá de encontrar a beleza na imperfeição. A beleza de um feitio difícil pela manhã. Um sorriso amarelo no final de um dia de merda. A beleza e a imperfeição de um final de dia em que o silêncio impera.
Saborear o toque da pele. Sentir cada sulco, marca, sinal. Todas as aquelas imperfeições e nisso ver a beleza que o outro tem. A beleza naquilo que os atrái e junta. Os aproxima. Não é nada disto perfeito. Mas, ainda bem. A perfeição conduziria ao tédio. E o tédio é uma morte lenta e descarnada das coisas. Das relações.
Uma relação não é nem nunca deverá ser perfeita. Só será no momento inicial onde tudo para a frente é névoa. E a névoa é mística porque esconde tudo. Ao primeiro passo está lá. O choque brutal com a realidade. O trilho que cada um agora é livre de percorrer. Haja coragem.

2 comentários:

  1. I wish you could see yourself the way I see you. You have no idea how extraordinary you are..

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