Eu escrevo porque quero e gosto. Porque me satisfaz. Porque gosto de juntar palavras. Gosto de criar em frases as imagens que vejo. Sejam elas reais. Sejam elas fruto da minha imaginação. Não tenho nem metade do talento ou jeito que em certos dias acho que tenho. Vale a presunção. Olho para autores e invejo-os. Não posso dizer que gosto ou não do tempo de espera entre um livro e outro porque não sei o que isso é. Sei, sim, o que é ter uma ideia durante o dia. Uma imagem. Uma frase. E esperar chegar até casa para a concretizar. Sento-me na sala, abro o portátil, carrego no play e escrevo. Sonho sim, imensas vezes, com uma sala branca de chão de madeira castanho, uma secretária encostada a uma janela , um portátil e a vida nasce do que sair dos meus dedos. Mas é um sonho. Às sete e trinta da manhã o iPhone vibra e faz soar o alarme. Tempo de acordar. Sento-me na cama enquanto afasto a coberta. Cabelo desgrenhado. Pijama amassado. Coço os olhos enquanto me dirigo à cozinha. Apanho os óculos de massa pelo caminho. Copo de leite quando calha. O barulho de fundo de uma música no modo aleaório. Enfio-me na casa-debanho. Despacho-me. Volto ao quarto. Uma saia. Uma camisa. Umas meias de vidro. Sapatos pretos, sapatos castanhos? Pego na pasta. Saio. Chamo o elevador. Ajeito o cabelo no espelho. Chego ao -3. Coloco os wayfarer. Saio para a rua.
E se não tiver de ser assim?
Tanta coisa só pra dizeres que tens uns I-phone? :P
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