terça-feira, 14 de junho de 2011

Ao ir visitar um amigo que está a passar uma fase menos boa, falou-se de amizade. Quando me despedi dele e durante o tempo que percorria os meus 70 km até casa, fiquei a pensar o que é a amizade, e quem são, neste momento os meus amigos.
Houve, e há, vários tipos de pessoas que entraram, e entram, na minha vida. Falando de amizades. Algumas pessoas estiveram ao meu lado durante muito tempo, durante demasiado tempo onde, por acaso, tive oportunidade de partilhar momentos marcantes. Estas pessoas, que encontrei por acaso, foram importantes naquele determinado espaço de tempo, naquela circunstância que, por eventualidade, nos uniu. Naquela altura, ingenuamente, cheguei a pensar que a minha amizade com essa pessoa iria durar para sempre mas, com o tempo e com a mudança, percebi que a maior parte das pessoas só permanecem juntas quando se sentem sozinhas ou precisam de ajuda. A vida altera-se e a distância encarrega-se de fazer esquecer a maior parte dessas pessoas, pessoas essas que, afinal, não eram assim tão importantes e imprescindíveis para a nossa sobrevivência. Foram importantes no passado, no presente não existem.
Depois, existe aquele tipo de pessoas que, mesmo idênticas às anteriores em certos pontos, tiveram o poder de ir mais além. Foram, e são, pessoas com quem partilhei tudo, e partilho. Pessoas essas que, além dos momentos marcantes, também estiveram lá nos momentos menos marcantes, nos momentos bons e menos bons. São pessoas que resistiram à distância e à mudança e, por isso, se revelaram essenciais. São simplesmente pessoas com quem me fui cruzando ao longo da vida, das mais curiosas maneiras, pessoas que, mesmo não vendo há meses ou anos, estão sempre presentes com a palavra. São poucas é certo mas são tão valiosas.
Porque na minha vida entra e permanece quem eu quero e, hipocrisias aparte, eu é que tenho o poder de tal. Falinhas mansas, moralismos e chantagem emocional é algo que me passa ao lado. Sim, todos temos medo da solidão, mas o que é mais triste? Permanecer sozinho ou incitar os outros, que já nada significam, a preencher o tal espaço vazio?!

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