quarta-feira, 22 de junho de 2011

Linha Teleseguro fala a Marta

Nos últimos dias desta semana de trabalho passei a maior parte do tempo ao telefone. Convidar, confirmar e remarcar eram as palavras de ordem. Fiquei fartinha! Agora sempre que vejo o telefone a tocar fico sem vontade de atender. Depois das 21.30 eu sempre atendo os telefonemas da mesma forma. As pessoas deviam saber que a Marta é um aviso. A partir da Marta é sempre a descer. Durante o dia fui séria. A Johnsoniana cumpridora. Depois das 21.30 é o horário em que me apercebo que foi definitivamente um erro ser demasiado séria. Inicio então uma estranha tendência para não dizer nada que se aproveite. Horas e horas de tretas e raciocínios que não levam a lado nenhum. Não é sequer importante que os outros se riam. Um sacana em nonsense não precisa de fazer rir os outros. Já sabe o que o seu "público-alvo" gosta até porque é o seu "público-alvo". Desse ponto de vista o nonsense pode ser um bocado masturbatório.

Um amigo pergunta:

"Então, já tens a prenda para o casamento"?

Respondo:

"Não, pá. Desisti. Estou a pensar passar à miúda um cheque ao portador. Espeto o cheque no casaquinho ou enfiado nas mamas, tipo procissão com notas na cruz. Mas hoje vi as acções do BCP a descer e também fiquei tentado. Estão a um bom preço. Até Sábado ainda tenho tempo".

Depois, sem eu perceber porquê, há alguém que me fala do Humphrey Bogart. Deve ser do cansaço mas respondo imediatamente perante a injustiça:

"Tanta treta com o Bogart. Porque é que nunca ninguém fala no Rogério Samora?! Que mal é que ele fez?".

Horas e horas. Nestas noites não há vencedores. Sei que no dia seguinte muitos dos meus vão começar o dia com comentários disparatados, inconvenientes e infantis ao pequeno-almoço e no trabalho. O seu cérebro está pejado de ideias parvas. Eu pelo contrário vou começar o dia de forma serena, a boa escuteira profissional. Banho tomado, vestido metido e aguardando a minha vez na fila de trânsito. Dissimulaao e falsa. E ainda por cima perigosa para os my fellow citizen. O humor sempre foi a arma mais revolucionária que tivemos.

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