Tenho andado ausente. A inspiração tem sido como um livro fechado e bem arrumado na prateleira. E logo eu, que preciso de escrever as minhas coisas como de pão para a boca. Ainda não é caso para ir ao médico, mas confesso que estava a ficar meio assustada. É que isto de ter a mania, que tenho veia de escritora tem um preço. Adiante... só fazia sentido voltar com algo importante para partilhar. E hoje fez-se luz quando alguém citou Lobo Antunes:
Há tanta gente a perguntar se haverá vida depois da morte. Porque ninguém se pergunta se há vida antes da morte?
António Lobo Antunes
E não é que o Lobo Antunes tem razão. Andamos tão preocupados com o FMI, com a crise, com os nossos botões que nos esquecemos de viver. Sobrevivemos aos dias. E hoje dei comigo a perguntar se não tenho sido mais uma dessas pessoas que vê o copo meio vazio. Amanhã vou fazer o possível por dar mais e pedir menos, por ver em vez de olhar. E talvez não seja demais agradecer tudo o tenho em vez de lamentar o que me falta.
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