domingo, 10 de julho de 2011
A sério. Acredito que muitas pessoas adorem e aplaudam, mas também acredito que essas pessoas sejam mais ou menos o equivalente às que, em tempos muito idos, aplaudiam lutas de gladiadores e a morte de pessoas inocentes.
A fazer zapping calhou passar numa tourada e por pouco que não vomitei. Literalmente. Qual é a necessidade macabra destas pessoas em verem um animal a sangrar, perdido, com a língua descaída de exaustão, a tentar defender-se de pessoas que o atacam e espicaçam? A sério, alguém que me explique, muito bem explicadinho. Que crueldade. Nem os animais fariam isso a eles próprios e são animais. Então o que pensar de pessoas que o fazem? Para mim, estão abaixo dos animais. Deviam entreter-se umas com as outras. Um homem a fazer de touro, outros quantos a toureá-lo. Um homem a ser picado nas costas e a sangrar, outros tantos a fazer bailados com collants e a tentar enfurecê-lo.
Melhor ainda: uma multidão a assistir a isso tudo. Num comentário que recebi a uma observação minha num local publico onde expressei o meu profundo desagrado, ouvia-se: "Vocês como anti-touradas são pessoas que não compreendem os gostos dos outros... Desde já vos pergunto, o animal é vosso? Voces pagam para ir ver uma tourada? [...]"
E eu respondo: Não, o animal não é nosso (se fosse nosso, certamente não o deixaríamos num show de humilhação e morte lenta) mas anyway, as crianças abusadas e maltratadas que se vêem por aí também não são nossos filhos e não é por isso que as associações de apoio à criança não se mexem ou que nós, pessoas comuns, não fazemos queixa. No caso de animais domésticos maltratatados, não é por não pertecerem a quem trabalha nas associações que os ajudam, que essas pessoas não se mexem. Se formos na nossa vidinha na rua e virmos um homem a agredir a mulher, a mulher não é nossa mãe, nem irmã, nem tia nem prima afastada, mas reportamos o caso ou ajudamos. Se virmos uma pessoa adepta de touradas a ser assaltada e ferida, não é por não ser nossa familiar que não nos preocupamos ou ajudamos. Contudo, pelo raciocínio que estou a antever no comentário, se fossemos adeptos de touradas e víssemos a pessoa a ser ferida, o nosso papel era aplaudir, porque podemos gostar daquilo ou, na loucura, continuar o nosso caminho e ainda juntarmos ao percurso uma alegre canção. Portanto, é assim: o argumento de que o animal não é nosso não faz pura e simplesmente sentido. Se toda a Humanidade olhasse para o seu próprio umbigo e assobiasse para o lado, estava bonita, estava.
Ai mas e os cavalos (outro argumento que vejo por aí de adeptos), que o que fazem é tão bonito e tudo e tudo e tudo? Muito bem, compreendo. Mas vão assistir então a concursos de Dressage ou Show Jumping.
Os adeptos de touradas ainda não perceberam um detalhe (é pequenino, por isso passa-lhes ao lado, coisa pouca): pessoas, acordem, admitam que se ferem os animais porque, caso não os ferissem e deixassem exaustos, não tinham balls (testículos, portanto) para os tourear.
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