segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Ando às voltas...

…com as palavras. Para cima, para baixo, esquerda, direita, mais para ali, mas um bocadinho para aqui… Enfim, materializar com palavras escritas tudo o penso e sinto nem sempre é tarefa fácil. Às vezes, há coisas que tenho que escrever ou dizer na presença de alguém. Não sei explicar porquê, mas sempre foi assim. Não sou de ficar com coisas por dizer porque, para além de me fazer muito mal aos rins (que faz), vai contra a minha velha máxima do “não morrerei engasgada”. É assim. Cada vez mais. Cada vez mais tenho necessidade de dizer o que sinto e o que penso de forma crua, sem filtro, sem colorir o que é simplesmente a preto e branco, sem berloques, sem enfeites ou bandas sonoras. Bem, sem banda sonora é difícil… a música é uma presença muito forte na minha vida e ocupa muito do meu tempo. Acordo, trabalho, viajo, cozinho, escrevo (sim… isso também…) com alguma música de fundo. Muitas vezes é a batida da bateria, a projecção da voz ou uma frase que me me faz lançar ao teclado… basta um clique para descobrir todos os acordes da minha escrita e desatar a compor a melodia…
Moonwalk Don’t talk Stop
Faço silêncio cá dentro. Retomo a escrita, a palavra. Digo tudo o que tenho para dizer… Dizem que as palavras são como as cerejas, vêm umas atrás das outras. Comigo parece que é o mesmo. Digo o que tenho a dizer, teimo em ter a última palavra. As minhas palavras estão isentas de ratings, de crises, de taxas, de medidas de austeridade… se tenho algo para dizer, para bem e para o mal, digo. Acho que sou tão justa nos puxões de orelhas, como nos elogios. Tanto posso ligar a um amigo de madrugada para mandar a “ripada”, porque ele fez ou disse alguma coisa de que não gostei, como me perco nas demonstrações de carinho, no “gosto de ti, amo-te mais do que ontem e menos do que amanhã”. Já não faço fretes, não tenho tempo a perder. Não sei se isto é da sabedoria da ternura dos 30, se é maturidade pura e crua, se é do meu tutano, se dos astros ou do catano, mas cada vez mais me guio pela convicção de que se tenho algo para dizer (quando digo “algo” refiro-me a afirmações e exclamações, porque há coisas mais importantes do que perguntas idiotas para respostas ainda mais idiotas) devo dizê-lo no momento, minutos depois, horas até, mas não devo, não posso deixar para o dia seguinte. E, depois de tudo isto, sei que não devia, mas… às vezes torna-se tão complicado dar um murro na mesa e dizer um “Não gostei dessa merda, carai’!”, como dar um abraço e dizer “Hei-de te amar, ou então hei-de chorar por ti. Mesmo assim, quero ver-te sorrir…

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