Fugir não é solução, sempre me disseram.
Mas é prática comum. Fugimos para longe, fugimos dos outros, mas tantas vezes fugimos de nós. Conheço pessoas que fogem, fogem, e provavelmente nunca se aperceberam de que não saem do mesmo lugar. Precisamente por me sentir a correr em voltas viciadas, sem alcançar nada de bom, decidi deixar de fugir.
E no dia em que decidi deixar de fugir, ganhei coragem e assumi que estava a viver entre Nada e Coisa Nenhuma. Sem me importar com as mãos (aparentemente) vazias e um coração que bate sozinho.
E foi então que vi à minha volta um céu azul imenso. E pássaros a voar ao pôr do sol. E senti o vento, e o sol, e a calma da terra. E que o tempo me segredou como hei-de aprender a aceitar-lhe o ritmo.
Foi nesse dia que percebi o que há para aqueles que assumem que vivem entre Nada e Coisa Nenhuma. Ao contrário do que eu acreditei durante tanto tempo, entre Nada e Coisa Nenhuma não é lugar de Desespero. Não; esse é o lugar para onde vão os que fogem.
Para grande espanto meu, olhei em volta e percebi que Entre Nada e Coisa Nenhuma é o lugar de começar de novo.
E por isso, Entre Nada e Coisa Nenhuma há Tudo :)
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