domingo, 6 de novembro de 2011

If you miss me, you can’t text, you can’t email, you can’t post it on my facebook wall. If you really miss me, you come and see me.

Quando ouvi esta deixa no cinema senti um murro no estômago. Às vezes é assim, a verdade chega-nos em tom de brincadeira, no meio de uma gargalhada na sala de cinema, numa forma simples.
Nessa noite pensei nas mais variadas formas que utilizo diariamente para exprimir o que sinto em relação aos outros, na quantidade de informação que está guardada por este espaço fora. São tantas as sms, os email, as mensagens e comentários nas redes sociais, que corremos muitas vezes o risco de termos contacto sem tacto. Aposto que foi a partir de um cérebro masculino que surgiram estas formas de contacto sem tacto, sem expressividade, sem emotividade… É mais do que sabido que os homens utilizam metade das palavras que as mulheres, são mais directos, eliminam muitas vezes os cumprimentos iniciais, não se despedem devidamente, etc… a maioria deles não é dada ao mimo, ao beijinho, ao abraço… muito menos em público. Além disso, hoje em dia é sempre muito mais fácil desatar a fazer “like” em tudo o que se vê publicado no mural de outra pessoa do que em enviar-lhe flores, ou ligar para a ouvir a sua voz e desejar um bom dia, ou dizer-lhe na cara: “Gosto de ti”, ou dar um abraço e ouvir com o coração o batimento cardíaco da outra pessoa. Hoje é tudo mais virtual.
Mas a realidade é que para comunicamos verdadeiramente temos que usar todo o nosso ser, há momentos em que devemos usar tudo. Quando alguém precisa de nós, nos pede ajuda, quando alguém tem a melhor das novidades para partilhar, quando sente saudades, sente de um todo. Não há sms, emails, ou música no mural que possa substituir um toque, um gesto de afecto, a amizade ou o amor. Para nos darmos, para nos fazermos sentir, é urgente tornarmo-nos presentes, irmos ao encontro da outra pessoa, despirmo-nos de máscaras, largar a armadura, exibir as cicatrizes… permitirmo-nos estar/ser vulneráveis… é expormo-nos a alguém de uma forma verdadeira… é dizer: “Esta sou eu, tenho estes defeitos, mas trago no peito a esperança que possas abraçar tudo o que eu sou, mas, mais importante, tudo o que ainda não sou.

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